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Com músicas do álbum Grão do Corpo, O Teatro Mágico leva poética urbana para o palco do Inverno em Divinópolis[...]

Publicado em 31/07/2015 as 15:38 por Sarah Rodrigues

O Teatro Mágico no Inverno Cultural UFSJ. Crédito: Anderson Marcenes

A poesia prevaleceu na Cidade do Divino. A noite da última quinta-feira foi embalada pelas notas lúdicas d’O Teatro Mágico, que se apresentou na lotadíssima Praça da Catedral para os divinopolitanos. O grupo, que traz na essência uma certeira mistura entre poesia, música e a arte circense, interpretou as canções de seu último álbum, Grão do Corpo, além de alguns clássicos da banda como O Anjo Mais Velho, Pena e Ana e o Mar. O Clube da Esquina também foi homenageado, com a execução das canções Paisagem na Janela, Maria Solidária e Bola de Meia, Bola de Gude.

“Que a arte não seja simplesmente para entreter, mas para provocar, questionar, e trazer à tona determinadas demandas que não são somente as nossas, mas que são de todo mundo”, comenta o vocalista, músico e compositor, Fernando Anitelli. Idealizador do grupo, Fernando, junto com O Teatro, foram pioneiros no Brasil em levantar a bandeira do movimento MPB – Música para Baixar -, disponibilizando seus álbuns na internet gratuitamente. “Eu acho importantíssima a participação em festivais assim”, completa Anitelli, sobre a sintonia do grupo em participar de um evento como o Inverno, que busca democratizar a arte, levando-a ao povo.

O grupo, famoso pelas roupas coloridas e as acrobacias em palco – remetendo ao circo -, surpreendeu aos fãs de Divinópolis com as novas características estéticas e musicais do álbum Grão do Corpo. Nele, o universo lúdico já próprio da trupe, ganhou ares de transgressão, transitando entre o rock and roll, a disco club e influências assumidamente urbanas. O figurino, antes remendado em cores vibrantes, bordou-se de tons escuros e neutros, junto com elementos metálicos.

“Todo álbum é como se fosse uma peça. Mudam-se algumas atrizes e alguns atores, mas a direção continua.” explica Anitelli sobre a mudança. Segundo ele, Grão do Corpo é o primeiro passo após a triologia que já havia sido prometida ao público, composta pelos álbuns Entrada para Raros, Segundo Ato e A Sociedade do Espetáculo. No entanto, a essência permanece: a vontade de levar a arte ao povo, as letras recheadas de poesia e crítica social e o espetáculo performático, hipnotizaram Divinópolis.

“É indescritível poder ouvi-los novamente depois de três anos que estiveram aqui. Para mim é uma enorme satisfação, porque eu tenho eles como referência como compositora e musicista.”, comenta Kakal Chaves, musicista. Fã d’O Teatro, ela levou seu violão para ser autografado pela segunda vez por Fernando Anitelli, que já tinha assinado o instrumento quando o grupo se apresentou na cidade em 2012. “Acho que não teria presente maior para Divinópolis do que O Teatro Mágico,” completa.

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